30/05/2020

Pesquisadores da USP criam teste de covid-19 usando peixe paulistinha 

Teste custa 5 vezes menos do que os utilizados no momento
Teste custa 5 vezes menos do que os utilizados no momento Divulgação/ Jornal da USP

Pesquisadores brasileiros da Universidade de São Paulo, USP, desenvolveram um método um tanto inusitado para identificar a contaminação por covid-19. A tecnologia usa uma fita diagnóstica com um QR code que, ao ser lido por um aplicativo, fornece rapidamente o resultado – positivo ou negativo – para coronavírus.

Eles utilizaram os peixes paulistinha, ou zebrafish, como é chamado no exterior, como máquina de teste. Ao invés de detectar o vírus por uma máquina ou reagente químico, eles colocaram uma proteína do novo coronavírus no peixe e esperaram a reação.

“Conseguimos com a professora Cristiane Carvalho, que trabalha em conjunto com os professores Edison Durigon, ambos do ICB, e Shaker Chuck Farah, do Instituto de Química da USP, diferentes fragmentos de uma proteína do novo coronavírus chamada spike. Nós a injetamos no Zebrafish e isolamos os anticorpos dos ovos”, contou ao Jornal da USP Ives Charlie.

Esses anticorpos produzidos pelo peixe então são reproduzidos, isolados e colocados em fitas com códigos QR Code, que podem ser acessados pelo celular e dizem qual é o diagnóstico do paciente.

Os pesquisadores desenvolveram um projeto para um hackathon, uma espécie de maratona científica, para buscar soluções para a pandemia de covid-19. O resultado foi o quarto lugar entre mais de 40 equipes participantes do mundo todo. Confira como funciona:

 

 

 

 

Economia e praticidade

 

 

Os testes mostram que o preço é cinco vezes menor do que os testes rápidos. Além disso, pode ser utilizado em casa e tira a necessidade de ir até um hospital.

O aplicativo ainda o monitoramento por georreferenciamento que tiver teste positivo para o novo coronavírus. A ideia dos pesquisadores é que os órgãos de saúde pública também sejam notificados. 

“Um dos nossos diferenciais é este: o governo ou uma agência sanitária será informada. Hoje, o Ministério da Saúde tem que ficar ligando para as pessoas com sinais clínicos da doença. No aplicativo, a pessoa mesma pode ir informando”, ressaltou Ives Charlie ao jornal da USP.

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