Com a quarentena causada pelo novo coronavírus completando um mês, os zoológicos e aquários do todo o Brasil também chegaram à difícil marca de 30 dias sem a principal fonte de renda: os visitantes.
Segundo Ana Maria Baresca, chefe da Divisão de Ciências biológicas da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, os funcionários foram divididos em duas turmas para que haja uma rotação diária entre elas.
Já com relação aos mais de 2.000 animais sob tutela do órgão, eles seguem bem e com todos os cuidados técnicos mantidos. A rotina de soltura no recinto, alimentação e manejo, além do trabalho de enriquecimento ambiental e de condicionamento, não foi alterada.
A única mudança relatada por Baresca é o aumento nos cuidados sanitários, com protocolo de uso de máscara, luva, propé e jaleco em algumas áreas com animais mais afetados pelo novo cononavírus, como os primatas e os felinos.
Relato semelhante vem do zoológico municipal de Curitiba. Segundo o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo, foram dispensados apenas os funcionários pertencentes ao grupo de risco, que representam cerca de 20% do pessoal.
Já os quase 2.000 animais seguem recebendo o mesmo tratamento, com todos os cuidados sendo mantidos adequadamente. Os processos de higiene também foram intensificados, além de precauções extras, como manter uma mínima alternância de tratadores entre os recintos e evitar o trânsito entre diversos animais.
Prova desse bom trato é o nascimento de um raro macaquinho, que ocorreu na última quarta-feira (29). O filhote de monocarvoeiro é o quarto do casal sob os cuidados do zoo.
“Estamos falando de uma das espécies de primatas mais ameaçadas do mundo, cada indivíduo novo é uma vitória para quem atua na conservação”, conta o diretor, que ainda explica que o casal curitibano é um dos únicos dois mantido em cativeiro no Brasil.
Os responsáveis pelos dois zoos contam, também, que os animais estão muito tranquilos e que não houve uma percepção de mudança no comportamento deles após tanto tempo sem visitantes.
Mas Edson conta que, devido ao histórico de convivência com humanos dos animais mantidos no zoo de Curitiba, que são essencialmente provenientes de apreensões por maus tratos ou em ações de combate ao tráfico, eles podem estar sentindo falta do público.
"A gente não tem como afirmar que houve uma mudança de comportamento, por falta de um levantemento científico, mas se fosse para apostar, eu poderia sugerir que não tem sido necessariamente positivo para eles a falta de visitante", conclui Evaristo.
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