03/03/2020

Nossa galáxia é torta e o motivo pode ser uma colisão no futuro

Movimento em "S" é fruto de atração gravitacional
Movimento em "S" é fruto de atração gravitacional Divulgação/ESA

Pesquisas da década de 50 já apontavam que a Via Láctea, galáxia onde fica o Sistema Solar, é um tanto torcida nas pontas, como se fizesse um movimento de uma letra “S”.

Desde então, diversas teorias surgiram para tentar entender o fenômeno, mas sem sucesso. Uma nova pesquisa encontrou dados que podem solucionar essa questão.

O projeto Gaia, realizado pela ESA, Agência Espacial Europeia, desenvolveu uma pesquisa única capaz de medir as mudanças e os movimentos no espaço com uma precisão enorme.

Através de uma “varredura espacial”, eles confirmaram que a envergadura da galáxia está em movimento e isso pode indicar uma possível colisão em andamento.

Movimento no universo é comum, visto que os astros entram em órbita pela falta de atrito ou outras forças, mas os dados apontam que a galáxia está rodando em uma velocidade muito maior do que o campo magnético permite ou outros astros.

A resposta plausível para isso seria uma fonte externa de energia, algo muito maior e mais poderoso, como outra galáxia em rota de colisão.

“Medimos a velocidade da urdidura comparando os dados com nossos modelos. Com base na velocidade obtida, a urdidura completaria uma rotação em torno do centro da Via Láctea em 600 a 700 milhões de anos ”, diz Eloisa Poggio, do Observatório Astrofísico de Turim, na Itália, principal autora do estudo, publicada na Nature. "Isso é muito mais rápido do que o esperado, com base em previsões de outros modelos, como aqueles que observam os efeitos do halo não esférico".

Colisão e atração dos astros

Objetos com massa possuem campos gravitacionais. Quanto maior a massa, maior é a influência causada em outros objetos. No espaço isso é uma máxima presente e faz com que astros menores, como a Lua, entrem na órbita da Terra, ou a Terra, entre na órbita do Sol e assim por diante.

Portanto, essa torção na galáxia pode ser furto da atração gravitacional de uma outra maior, que, segundo aponta os dados da Gaia, pode estar em rota de colisão. 

O estudo publicado não dá nomes à possível galáxia, mas, em 2012, a Nasa, agência espacial norte-americana, anunciou que uma colisão frontal com Andrômeda, uma galáxia vizinha, pode acontecer em 4 bilhões de anos. 

 

 

 

 

 

Projeto Gaia
Lançada em 2013, a sonda já originou mais de 1700 artigos científicos
Lançada em 2013, a sonda já originou mais de 1700 artigos científicos Divulgação/ESO -S. Brunier

 

 

 

 

 

 

O satélite Gaia pode criar modelos em 3D do Universo, e, baseado em dados e análises de movimento, calcular as velocidades e locais de milhares de astros. Essa tecnologia permite analisar como o nosso universo foi formado e para qual direção caminha.

“É como ter um carro e medir a velocidade e direção de uma pequena viagem, e então, baseado nesses dados predizer todas as rotas que fez no passado e fará no futuro”, diz Ronald Drimmel , astrônomo pesquisador do Observatório Astrofísico de Turim e coautor do artigo.

*Estagiário R7, sob supervisão de Pablo Marques

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