O virologista Benoit Muylkens, da Universidade de Namur, na Bélgica, descobriu uma maneira de "multiplicar infinitamente" os testes para detectar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, que podem ajudar a acelerar o processo, informou nesta quarta-feira (18) o jornal belga Le Soir.
Para conseguir isso, Muylkens usou uma técnica de extração de RNA (ácido ribonucleico) derivada da química básica e publicada pela primeira vez em 1987.
"É um protocolo muito simples que exige muito tempo e mão de obra; no entanto, pode ser duplicado até o infinito, em qualquer lugar do mundo, desde que haja pesquisadores, especialistas e produtos básicos suficientes", explicou o pesquisador ao Le Soir.
Assim, para revelar a presença do coronavírus em um organismo, os cientistas precisariam apenas de um exaustor específico, uma centrífuga de quatro graus e o reagente tiocianato de guanidina-fenol-clorofórmio, fabricado na Bélgica e disponível em grandes quantidades.
"Com esses elementos, podemos identificar o elemento-chave do vírus, podemos procurar RNA viral, transformá-lo em DNA e amplificá-lo", explicou Muylkens.
Na última segunda-feira, o virologista já obteve algumas amostras para testar a técnica graças à colaboração do Namur (Hospital Mont-Godinne) e, terça-feira (17), a FAMHP (Agência Federal de Medicamentos e Produtos de Saúde da Bélgica), validou oficialmente o uso deste protocolo para detectar a doença no país.
Nesse mesmo dia, a Universidade de Namur realizou 200 testes, e espera-se que até o final da semana cerca de 480 testes sejam realizados diariamente.
Muylkens disse que compartilhará sua técnica e a disponibilizará "para laboratórios em todo o mundo".
"O conceito é bastante simples, mas requer coordenação entre laboratórios, força de vontade, solidariedade entre pesquisadores, mãos e coragem para alcançar o objetivo em conjunto", afirmou o virologista.
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