27/06/2019

Hackers da China invadiram redes de gigantes da tecnologia por 3 anos

Ataques a serviço do governo chinês teriam ocorrido ao longo de três anos
Ataques a serviço do governo chinês teriam ocorrido ao longo de três anos Pixabay

Hackers que seriam funcionários do Ministério de Segurança do Estado da China invadiram as redes de oito dos maiores provedores de serviços de tecnologia do mundo para roubar segredos comerciais de seus clientes, segundo fontes familiarizadas com os ataques. As invasões foram reveladas em detalhes nesta quarta-feira (26) pela agência de notícias Reuters.

Os ataques de hackers — que teriam acontecido de forma contínua entre os anos de 2014 e 2017 — foram batizados de Cloud Hopper e são atribuídos à China pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.

Em dezembro de 2018, o governo americano já havia denunciado a suposta operação chinesa e disse que as invasões teriam como finalidade promover os interesses econômicos da China. À época, os Estados Unidos não nomearam as empresas que teriam sido vítimas dos ataques. Um relatório da Reuters, entretanto, identificou duas das companhias: Hewlett Packard Enterprise e IBM.

Na reportagem publicada nesta quarta-feira, a agência de notícias diz que pelo menos outros seis provedores de serviços de tecnologia foram comprometidos: a Fujitsu, a Tata Consultancy Services, a NTT Data, a Dimension Data, a Computer Sciences Corporation e a DXC Technology.

A Reuters também identificou mais de uma dúzia de empresas que eram clientes dos provedores invadidos: a lista inclui a gigante sueca de telecomunicações Ericsson, a construtora naval norte-americana Huntington Ingalls Industries e o sistema de reservas de viagens Sabre.

O governo chinês negou todas as acusações de envolvimento com invasões de hackers. O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que Pequim se opõe à ciberespionagem industrial: "O governo chinês nunca participou ou apoiou qualquer pessoa que realizasse o roubo de segredos comerciais", afirmaram as autoridades em comunicado à Reuters.

Os invasores chineses — incluindo um grupo chamado APT10 — foram capazes de continuar os ataques a despeito de uma contraofensiva dos principais especialistas em segurança digital e de um pacto firmado entre Estados Unidos e China no ano de 2015 contra a espionagem econômica. 

A Reuters não informou a dimensão dos danos causados pelas invasões e muitas das empresas vítimas não sabem especificar quais dados exatamente foram roubados, mas experts de inteligência de países ocidentais admitem que "foi uma série contínua de ataques com um impacto devastador". 

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