18/06/2019

Planeta terá 9,7 bilhões de pessoas em 2050, diz estudo da ONU

Em 30 anos, dois bilhões de pessoas serão somadas aos atuais 7,7 bilhões
Em 30 anos, dois bilhões de pessoas serão somadas aos atuais 7,7 bilhões Pixabay

O mundo terá quase 9,7 bilhões de pessoas em 2050, que chegarão a 11 bilhões em 2100, mas a população crescerá a um ritmo inferior do que o previsto há dois anos, anunciou nesta segunda-feira a ONU em seu relatório bienal sobre população, estudo que alerta sobre o envelhecimento na Europa e na América do Norte.

No documento atualizado, a organização aponta que, nos próximos 30 anos, dois bilhões de pessoas se somarão aos atuais 7,7 bilhões de habitantes do planeta.

No estudo anterior sobre o crescimento populacional, divulgado em 2017, a ONU havia adiantado que em 2050 quase 9,8 bilhões de pessoas povoariam a Terra, e que em 2100 seriam 11,2 bilhões.

O estudo, conhecido como "Perspectivas da População Mundial 2019: Aspectos Destacados", destaca o envelhecimento do planeta "devido ao aumento da expectativa de vida ao nascer e à queda dos níveis de fecundidade".

Este algoritmo faz com que "o número de países que passam por uma redução no tamanho de sua população esteja em crescimento". O relatório indica que 16% da população terá mais de 65 anos em 2050, frente aos 9% atuais. Por regiões, Europa e América do Norte estão muito acima dessa média, com 25% da população envelhecida até lá.

A ONU adverte que esta tendência (em 2050 haverá 426 milhões de idosos de 80 anos, frente aos 143 milhões atuais) está emparelhada com a queda da proporção da população em idade de trabalhar, o que "está exercendo pressão sobre os sistemas de seguridade social".

O relatório lembra que, desde 2010, "27 países ou regiões tiveram uma redução de 1% ou mais no tamanho de suas populações" devido aos baixos níveis de fecundidade, que passou de 3,2 nascimentos por mulher em 1990 para 2,5 em 2019. A previsão é que seja de 2,2 em 2050.

De acordo com a ONU, com a ausência de migrações será necessário um nível de 2,1 nascimentos por mulher para assegurar a substituição de geração.

O estudo aponta que entre 2019 e 2050 a população diminuirá 1% ou mais em 55 países, e que em 26 deles a redução será de pelo menos 10%.

O relatório também chama a atenção para o fenômeno das migrações e ressalta que estas "se transformaram em um componente importante da mudança populacional de alguns países" devido à demanda de trabalhadores migrantes, como em Bangladesh, Nepal e Filipinas, ou por violência, insegurança e guerras, como em Mianmar, Síria e Venezuela.

Em contrapartida, o relatório destaca que Bielurrússia, Estônia, Alemanha, Hungria, Itália, Japão, Rússia, Sérvia e Ucrânia experimentarão entre 2010 e 2020 "um fluxo líquido de migrantes, contribuindo para compensar as perdas de população causadas por um excesso de mortes sobre os nascimentos".

Mas, por enquanto, algumas populações diminuem e outras continuam crescendo. Tanto é que apenas nove países representarão mais da metade do crescimento até 2050, segundo a projeção do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, responsável pela elaboração do relatório.

Por ordem de crescimento, eses países são Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo (RDC), Etiópia, Tanzânia, Indonésia, Egito e Estados Unidos.

Com esses ritmos, a Índia superará a China como país mais populoso do mundo por volta de 2027, um pouco mais tarde do que o calculado há dois anos.

No "top 9" dos países que mais crescerão entrou o Egito, que se situa na oitava posição, e saiu Uganda. Os EUA passaram do sexto para o nono lugar. Nas posições de liderança, o Paquistão se tornou o terceiro com maior perspectiva de crescimento, atrás de Índia e Nigéria.

Por regiões, o estudo prevê que a população da África Subsaariana crescerá 99% e dobrará até 2050.

Europa e América do Norte continuarão sendo as regiões com menores crescimentos (2%), seguidas por Ásia Oriental e Sudeste Asiático (3%), América Latina e Caribe (18%), Ásia Central e Meridional (25%), Austrália e Nova Zelândia (28%), África Setentrional e Ásia Ocidental (46%) e Oceania (sem Austrália e Nova Zelândia - 56%).

"Muitas das populações de mais rápido crescimento estão nos países mais pobres, onde o crescimento da população apresenta desafios adicionais no esforço para erradicar a pobreza, conseguir mais igualdade, combater a fome e a desnutrição e fortalecer a cobertura e a qualidade dos sistemas de saúde e educação para não deixar ninguém para trás", afirmou o secretário-geral adjunto para Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, Liu Zhenmin.

Segundo o estudo, nos países mais pobres as pessoas vivem 7,4 anos a menos que a média mundial, que passou de 64,2 anos em 1990 para 72,6 anos em 2019, e que deve chegar a 77,1 anos em 2050.

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