Os Estados Unidos começaram na quarta-feira (15) a utilizar um novo exame de Covid-19, através de uma amostra de saliva, método que oferece mais rapidez, menos risco médico e uma multiplicação do processo idealizado pelo Instituto de Genética Humana da Universidade Rutgers, de Nova Jersey.
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"Os testes de saliva ajudarão com a escassez mundial de cotonetes para coletar amostras e aumentar os testes, e não necessitará que os profissionais de saúde as coletem", detalhou Andrew Brooks, diretor de operações e desenvolvimento de tecnologia do RUCDR Infinite Biologics, o maior repositório de materiais biológicos do mundo em uma universidade.
A saliva é "autodepositada" pelo doente em um pequeno tubo, um processo que irá poupar os cotonetes especiais utilizados até agora para coletar amostras do coronavírus SARS-CoV-2 na garganta ou no nariz.
"Obviamente, colocar um cotonete muito longo no nariz não é fácil e é bastante doloroso, por isso, com saliva, há menos dor. Também deixará de ser necessário colocar os profissionais de saúde em risco de infecção e os preservará para os cuidados aos doentes", comentou Brooks.
A nova forma de coleta também se soma a uma nova infraestrutura de automação para analisar diariamente até "dezenas de milhares" de amostras do novo coronavírus.
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Este novo sistema, que foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), também foi desenvolvido pelo RUCDR.
"Podemos agora aceitar centenas de milhares de amostras diariamente para testes e, potencialmente, poder testar dezenas de milhares diariamente nas próximas semanas", explicou.
Em comunicado, a universidade afirmou que a análise do teste se baseia em uma "técnica vencedora do Prêmio Nobel que faz milhões de cópias do ácido ribonucleico do vírus SARS-CoV-2 (neste caso, o ARN) em uma amostra".
A missão do RUCDR Infinite Biologics é compreender as causas genéticas de doenças comuns e complexas e descobrir diagnósticos, tratamentos e curas para as mesmas.
O novo método de coleta de saliva, que o RUCDR desenvolveu em parceria com a Spectrum Solutions e os laboratórios Accurate Diagnostic Labs (ADL), permitirá uma detecção populacional mais vasta do que o atual método de cotonetes no nariz e na garganta.
"Podemos aumentar significativamente o número de pessoas testadas todos os dias, uma vez que a autocoleta de saliva é mais rápida e mais escalável do que a coleta de cotonetes. Tudo isto combinado terá um enorme impacto nos testes em Nova Jersey e nos Estados Unidos", argumentou Brooks.
O novo teste foi lançado no condado de Middlesex, em Nova Jersey, em parceria com os principais sistemas hospitalares do estado, após ter sido aprovado na semana passada pela FDA como uma resposta de "emergência" à pandemia.
De acordo com os desenvolvedores do método, os testes de saliva também serão importantes para as pessoas em quarentena, que poderão fazê-los em casa e enviá-los para a análise, para que saibam "quanto tempo vai demorar até que deixem de ser infecciosos".
"Isto permitirá que os profissionais de saúde sejam liberados da quarentena e voltem ao trabalho em segurança", acrescentou.
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