Por: Bruna Romanini
Foto: Reprodução Arquivo Pessoal – Confira o importante alerta da mãe que perdeu seu bebê e sua filha em um acidente de carro
Uma mãe quer alertar outros pais sobre o erro na cadeirinha que tirou a vida de seu bebê
A mãe Eran Pelletier perdeu seu bebê de 17 meses e sua filha de quatro anos em um terrível acidente de carro. Seu filho de três anos e ela foram os únicos que sobreviveram. Após a perda, Eran descobriu que uma atitude ao usar a cadeirinha poderia ter salvo a vida de seu caçula.
E agora ela dedica sua vida a informar pais e mães sobre o uso correto da cadeirinha para auto. Confira o depoimento e importante alerta de Eran a seguir:
“Eu me lembro do dia que perdi meus filhos como se fosse ontem. Eu penso neles todos os dias. Hailie estava prestes a completar cinco anos. Trent tinha 17 meses e meu outro filho, Owen, o único que sobreviveu, tinha três anos.
Minha cunhada estava nos levando para uma cidade maior do que a nossa para passearmos no shopping. Estava nevando e por este motivo ela dirigia bem devagar e com cuidado. Mas o motorista do caminhão da frente não estava fazendo a mesma coisa, ele bateu contra o nosso carro. As últimas palavras da minha cunhada foram: ‘se segurem, eu vou entrar na vala’. Minha cunhada salvou minha vida e a do meu filho mais velho naquele dia. Se ela não tivesse feito isso, certamente ninguém teria sobrevivido naquele acidente.
Após o impacto, houve apenas silêncio. Eu percebi que minha cunhada estava morta. Eu estava em choque. Não conseguia me mexer e não conseguia chegar até as crianças. Então, eu ouvi meu bebê dar seu último suspiro. Foi a coisa mais terrível que eu já ouvi, não desejo nem para meu pior inimigo.
O silêncio continuou. Até que meu mais velho começou a gritar, um grito terrível.
Hoje, eu penso em meus filhos todos os dias. Hoje, tudo que eu tenho dos dois são fotos e madeixas de cabelo que já tinha guardado.
Após algum tempo eu soube o que causou exatamente a morte dos meus dois filhos. Descobri que minha filha realmente faleceu em decorrência da batida, que ela estava colocada corretamente no assento elevado, mas realmente não havia como resistir aquela batida. Soube também que meu mais velho sobreviveu por um verdadeiro milagre, ele só teve um braço quebrado, mas considerando as circunstancias, me relataram que também era para eu ter perdido ele.
E eu também soube que a morte do meu bebê poderia ter sido evitada se sua cadeirinha estivesse de costas para o motorista. Ele estava sentado de frente para o motorista, como manda a legislação do meu país, o Canadá. Lá diz que crianças maiores de um ano podem ter a cadeirinha virada para frente do motorista.
Só que eu descobri apenas depois desta tragédia que isto não é o recomendado pelos pediatras para as crianças. Os ossos das crianças só começam a se solidificar após os dois anos. Portanto, a cadeirinha só deve ser virada para frente quando a criança tiver dois anos e 10 quilos ou mais. Sei disso hoje porque me tornei uma técnica especializada em segurança das crianças na cadeirinha. E agora eu considero minha missão transmitir minha história para alertar outros pais e mães”.
Regras sobre cadeirinhas também colocam bebê em risco no BrasilTanto a Academia Americana de Pediatria quanto a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam que os pais deixem a cadeirinha virada de costas para o motorista até os dois anos de idade do bebê.
Contudo, as regras no Brasil sobre o assunto recomendam que a cadeirinha seja virada de frente com um ano de idade. Isto coloca em risco diversas crianças no país. Portanto, neste caso específico o ideal não é seguir as regras no Brasil, mas sim a orientação da SPB e só virar a cadeirinha para frente após os dois anos de vida.
Foto: Reprodução Arquivo Pessoal – O carro após o acidente que causou a morte do bebê, da filha e da cunhada de Eran
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