Um aplicativo de celular pode ser a solução para a pandemia da covid-19. Pelo menos é o que aponta um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e publicado nesta terça-feira (31) na revista científica Science.
A ideia é que este aplicativo poderia fazer o rastreamento dos contatos que cada pessoa teve e armazená-los por um período de tempo, assim, caso esta pessoa fosse diagnosticada com o novo coronavírus, seria possível não somente colocá-la em quarentena, mas também alertar imediatamente estes contatos sociais, solicitando o isolamento. Elevando, assim, a eficácia da quarentena de novos possíveis casos.
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Para que esta ferramenta seja funcional, seria necessário um centro que faria a ligação entre diagnóstico e contas do app, além de permitir que sejam coletados dados de movimento dos usuários, que pareados com os dados de casos de coronavírus na região, podem demonstrar o nível de risco de contrair a doença em determinado setor da cidade.
Segundo o estudo, aplicativo similar foi utilizado na contenção do vírus na China, onde era obrigatório para pessoas que precisavam se locomover em espaços públicos o uso o transporte público.
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Segundo o estudo, entre 30% e 50% dos casos de transmissão ocorreram no período assintomático da doença, em que as pessoas circulam sem saber que estão infectadas. Por ser diferente da SARS (síndrome respiratória aguda grave) e demais coronavírus conhecidos neste quesito, o estudo indica que serão necessárias estratégias de contenção diferentes.
A princípio, a ideia de isolamento de contatos foi abandonada, por conta da lentidão e pequena eficácia do processo manual, mas com o uso do aplicativo de celular, os pesquisadores apontam uma redução na transmissão suficiente para suprimir a pandemia, impedindo que o vírus se espalhe mais.
O modelo do estudo focado no impacto que estas duas intervenções teriam na propagação do coronavírus tem como foco a redução no número de transmissões tanto de pessoas sintomáticas, quanto de seus contatos, que são indivíduos assintomáticos em potencial, reduzindo assim o impacto na população geral.
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores utilizaram uma fórmula matemática que leva em consideração a variação de infecciosidade em razão do tempo após a infecção. Isto inclui a variação entre indivíduos e mescla aqueles que infectam muitas e aqueles que infectam poucas pessoas.
Esta média foi dividida em quatro categorias de pacientes: assintomáticos, pré-sintomáticos, sintomáticos e ambiental. Então, foi definida a curva de infecciosidade de cada categoria. Só a partir daí foi calculado o impacto que o isolamento destas pessoas teria no cenário geral.
Segundo a pesquisa, existem algumas regras que devem ser seguidos para uma implementação ética da intervenção com uso do aplicativo, como a supervisão de um painel inclusivo e transparente; a publicação dos princípios éticos que guiariam a intervenção; garantias de equidade no acesso a tratamentos; uso de algoritmos transparentes e auditáveis; e que seja feita uma vistoria cuidadosa para garantia do sigilo dos dados.
Para acessar a pesquisa completa (em inglês) basta clicar aqui.
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